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terça-feira, 27 de julho de 2021

Largar o stress

 Começo hoje as férias, finalmente.

Ontem, depois de ter terminado o que era preciso fazer, almocei e deitei-me um pouco no sofá. Tinha intenção de relaxar com uma das séries da Netflix que tenho em atraso, talvez The Queen's Gambit. E vi? Nah! Dormi toda a tarde. Depois deitei-me cedo, achando que, porque dormira horas seguidas, profundamente, leria pela noite fora. Nope. Num instante apaguei e dormi toda a noite como uma pedra.

Este foi um ano difícil, em parte devido à pandemia. Tudo o que seria complicado, tornou-se mais pesado, instável, exigente.

A nível profissinal, muito stress. O ensino à distância, para mim, professora, para os meus filhos universitários, foi uma dor de cabeça: muitíssimo trabalhoso, até para mim que trabalho sempre muito e não me acanho demasiado com os teclados, e até certo ponto frustrante, ainda que não me queixe das aulas em si: os miúdos não estiveram mal. Tudo mais é que foi a loucura.

A nível pessoal, tive de habituar-me a ter um dos filhos fora do ninho, a estudar noutro lado, o que foi menos duro do que julgava. Mudei de hábitos, deixei de escrever e trabalhar no café, o que, acreditem, foi uma grande mudança. Tenho escrito pouco, também, o que não ajuda, e nem sempre conigo ler como gostaria, por falta de tempo ou vontade. Não é bom. Pela positiva, fiz muitos planos: candidatei-me a doutoramento (e fui aceite). É uma coisa boas, mas que também trouxeram a sua dose de stress: valerá a pena matricular-me? Terei horário para isso, com pelo menos 7 turmas? Serei capaz de terminar desta vez? E, quando me fazia à ideia de que sim, tudo iria bem, uma frustração grande, porque é possível que o doutoramento tenha de ser novamente adiado, por questões de incompatibilidade de horário.

Também está previsto e novo livro lá para setembro ou outubro, e, mais uma vez, bom e enervante: sairá mesmo? Correrá bem desta vez? É um livro diferente... como o receberão os leitores? E a família?

A terminar, uma mudança importante, excelente e assustadora: era QZP há 20 anos e efetivei na escola onde estudei, portanto sairei do agrupamento onde tenho lecionado nos últimos 12 ou mais anos, para me acostumar a outro.

Outras coisas sucederam, boas e más: no conjunto, foi muito. Desconfio que o meu corpo esteve a largar o stress.. pelo menos, a parte dele que se relaciona com a escola. Estava exausta e não sabia. Ainda estou, acho.

Parece haver uma luz ao fundo do túnel para o doutoramento. Talvez o livro saia mesmo e talvez os leitores gostem dele. E pergunto-me se, neste Verão, serei por fim capaz de escrever. Preciso tanto!

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