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segunda-feira, 3 de julho de 2017

a casa que se vê

mostra-se ao mundo uma casa
de flores na sacada
janelas abertas com cortinas
flutuando ao vento como velas
creio até que se sente
um perfume doce de casa limpa
a ninguém se exibem
as gavetas onde as meias se misturam
o pó debaixo dos livros
os armários de tralhas velhas
os fantasmas no soalho
as paredes de onde já não é possível
lavar o mofo das memórias
linda a casa caiada de fresco
janelas pintadas de azul
um banquinho à porta
para as visitas
e o fumo na chaminé
enrolado em doces volutas
fumo da queima de tantos sonhos
isso não se mostra
isso não




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