de flores, os frutos nas árvores,
ao fundo a coluna de fumo
antecede as labaredas quem sabe
pode ser o fim do sol
que incendeia o céu a oeste
ou o princípio do inferno
aqui há uma bolha de água
e relva fresca, há um baloiço,
há gatos, cantam pássaros,
corre o rio tranquilo no vale,
nada se inquieta, nada é feroz,
nem o tempo, que respira devagar
vejo tudo isto, tudo isto sei,
mas nas plantas dos pés,
atrás dos olhos, dentro do crânio
as brasas tardam tanto a morrer
a pele acomoda-se ao sol,
brilham cabelo e sorriso de verão
dentro só a aridez que sobra
da bruta queimada da ilusão
o pé na relva pede nova força,
o sangue dentro é só cinza e sal
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