Amor antigo em 100 palavras. Outro drabble.
Tinha todas as cartas de amor numa gaveta, atadas com corda velha, um
raminho de flores secas a perfumá-las e manter longe as traças. As traças
tinham-lhe roído a memória e quase não sobrava nada desse homem que um dia
amara. Lia nas palavras que se tinham amado num Verão quando era jovem e que
tinham sido felizes. Ou quase. Tinham tido uma promessa de felicidade, diziam
as cartas. Não sabia como se apagara, mas o nome nas cartas não era o nome na
aliança. Dava graças por ainda poder ler. Cada carta trazia um raio do sol
desse Verão.
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