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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Stranger Things (netflix) - em directo dos anos 80


A nova série de sucesso da netflix, Stranger Things, tem os ingredientes certos para agradar a (quase) qualquer pessoa, um bom enredo, com mistério, suspense, ficção científica e um tanto de fantasia, personagens giras, entre miúdos e graúdos que são, ao mesmo tempo, clichés de um certo género e personagens com densidade, e uma época muitíssimo bem retratada. A prova disso mesmo está em que a minha jovem de 17 anos agarrou-se à série numa tarde e só parou quando estavam vistos os 8 episódios. Pois é, só 8, é curtinha a temporada e ainda não há outra.

A série é melhor ainda para quem cresceu nos anos 80 ou para quem é, ao menos, fã dos filmes dessa época. A primeira coisa em que reparei, decorrendo a acção em 1983, é que nesse ano eu tinha precisamente a idade dos protagonistas mais novos, 12 anos. Não era dedicada a jogos de tabuleiro do estilo Dungeons&Dragons - ainda faltava muito tempo para os computadores em casa, nem mesmo Ataris ou Amigas ou sequer os malditos Spectrums, horas à espera que o jogo carregasse do gravador, com o mesmo alarido de um copo misturador, para no fim ler "loading error" or "load failed" ou o que era... mas mesmo isso foi mais tarde. Preferia livros, mas a bicicleta era essencial para mim e as referências, salvaguardando as distâncias e diferenças geográficas, estão todas lá. Até o fascínio com a ciência e a previsão - fácil de introduzir a posteriori, claro - de que o futuro estava nas ciêncas e nas tecnologias.

Para além do enquadramento visual da época - ahh, os velhos telefones fixos, os walkie-talkies que faziam as nossas delícias antes dos tms existirem, as calças de cintura alta superfoleiras, e tudo, tudo - há um sem número de referências fílmicas que são capazes de escapar aos jovens mais distraídos. Os miúdos lembram os Gonnies, mas de bicicleta saltamos logo para o ET, os adolescentes são Footloose (sim eu sei que é de 1984), os aspectos mais obscuros fazem-me lembrar os filmes de horror da época, The Thing, Poltergeist e outros, o gore é muito Alien (o 8º Passageiro é de 1979), e há um momento Rambo que me fez sorrir...  Só não meto por aqui os X-files, porque são posteriores! 

Pode-se, pois, apreciar a série de muitas perspectivas diferentes: pela série em si, pelo enredo, acção, personagens, etc, pela forma como remete de forma impecável para o ano de 1983, apropriando-se e usando da melhor forma possível os clichés da época, ou pela homenagem aos filmes de uma época que foi, de certa forma, fundadora de uma corrente mais pop. Há decerto outras coisas que não vi, mas estão lá e podiam ser acrescentadas.   Quem pode apreciar isto tudo junto? Maravilha!


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Jessica Jones ou O melhor herói é o anti-herói. Ou heroína.


Quando, há meses, ouvi falar desta série, o meu entusiasmo foi imediato. Sou grande fã de fantaia, fantástico e ficçao cientifíca, e muitas vezes os super-heróis vão buscar um pouco a cada um destes géneros. 

Tratava-se, antes de mais, da Marvel, o que me pareceu prometedor. Não morro de amores por todos os heróis ou filmes com origem na Marvel - os filmes do Quarteto Fantástico são terríveis - mas gosto de muitos... do que eu não gosto, é do Superhomem, e esse é DC! 

A protagonista desta série surge-nos, desdo o início, como uma figura quebrada, uma detective rivada que fotografa encontros adulteros para casos de divórcio, com um passado sombrio que a leva a não dormir e a beber demasiado, uma porta de entrada partida, um vizinho viciado em drogas, outros dois que discutem permanentemente, uma amiga famosa com quem não fala há muitos meses e uma estranha fixação pelo empregado de um bar, um tipo enorme, negro, bonito, cujos encontros ela vigia. 


Dessa premissa, desenvolve-se uma interessantíssima série dentro género, com um enredo sólido, personagens com densidade e vida própria, credíveis nas suas características particulares e no seu crescimento, a possibilidade de uma história de amor (ou quase) sensual e obscura, nascendo em cima de cicatrizes, segredos que se vão conhecendo aos poucos, na medida exacta, um vilão de se tirar o chapéu - de côco, por ser tão impecavelmente british - com mais do que vilania e um poder muito convincente, pun intented, e a heroína, cujos poderes também vamos conhecendo aos poucos e que, ainda que a façam extraordinária, nunca se sobrepõem à sua extrema humanidade. Jessica Jones não é uma heroína, é o anti-herói cuja natureza conduz ao desejo de proteção dos indefesos, mas que resiste, até ser forçado a agir como herói, par sua salvação e dos outros. É solitária, mal-humorada, brusca, dedicada, leal, insegura, apavorada, corajosa, cheia de falhas, sombras e cesuras.


Fica um elogio à actriz principal, que eu conhecia de um ou dois episódios da série Apartment 23 e tinha muita dificuldade em imaginar no papel. Fica, ainda, uma nota ao fantástci tom de film noir, a lembrar as histórias de detectives dos anos 40, com o seu cunho trágico e a impressão de fatalidade.


Vai custar-me a esperar por uma nova season, para a qual não está ainda prevista uma data. 


sábado, 24 de outubro de 2015

Sense8 - e se pudessemos estar na pele do outro?

A falta de vontade de ler é terrível, mas decobri uma série nova, deste ano, com a mão dos irmãos Wachowski. 

Uma DJ em Inglaterra, um actor de filmes românticos e de acção (e gay escondido) do México, uma transgénero e um polícia dos USA, um condutor de camioneta do Quénia, fã do Van Dame, uma empresária da Coreia, que se sacrifíca pelo irmão e empresa da família, apesar de desprezada por eles, uma jovem da India, prestes a casar com um homem que a ama mas que ela não ama, um ladrão de uma família mafiosa na Alemanha...que se vêm, podem tocar-se, conversar em línguas diferentes, trocar de lugar. Ah, e no centro de tudo isto, uma mulher que se suicida no início da série, e um sensate procurado por terrorismo, mas que nos parece tudo menos um terrorista. E uma ameaça, que surge no início, e até agora ainda não voltei a ver. 

Estou a metade da primeira temporada, apenas a ultrapassar o altíssimo muro da confusão e muito, muito intrigada. Deve ser fascinante ter um dom destes! Vamos ver se isto tem pernas para andar.

Sinopse (segundo o IMDB):

Um grupo de pessoas de vários lugares no mundo ficam de súbito ligadas mentalmente e precisam de encontrar uma forma de sobreviver aos que lhes dão caça, por os considerarem uma ameaça à ordem mundial. 


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

De uma assentada - sassenach e os outros

8409512Quando li o livro Outlander, há uns dois anos, fi-lo de uma assentada, na praia, e foi uma delícia. Sei que reúne crítica suficiente para fazer dele um guilty pleasure, mas, a sê-lo, acolho-o de bom gosto. Tem quase tudo aquilo de que gosto, um toque de fantasia, lendas celtas, uma mulher resiliente e determinada, a Escócia e montes de escoceses de kilt, um herói delicioso, um vilão que dá gosto detestar, alguma História... ou bastante, e uma bela integração na época, que consegui visualizar muito bem - tudo, excepto a espécie de triângulo amoroso, coisa que me irrita sempre. Essa foi a razão para não pegar nos seguintes, sei que Claire, a heroína, vai andar para trás e para a frente entre um tempo e o outro e um homem e o outro, o que deve ser historicamente interessante, mas me enerva. Fiquei com o fim do primeiro livro, e pronto.

Ao ouvir falar na série, fiquei curiosa, claro! Li umas opiniões e lá fui eu, pedir a quem sabe que me arranjasse o que há desta season... são 8 episódios, que só terão continuação em Abril de 2015, depois da pausa habitual nestas séries. Fiquei com 5 gravados, com a intenção de que me durassem cinco dias - até ao fim de semana. Bonita intenção. Deitei-me na minha caminha com o computador no colo e phones, já tarde, para ver o primeiro... e vi 3! Ontem, repeti a dose com os 2 que me faltavam, e comprovei o que já sabia: a Escócia é será sempre fascinante para mim. 

A série em si enche-me as medidas pelos mesmos motivos do livro, e apresenta uma certa densidade inesperada, imaginei que seguissem o caminho oposto e aligeirassem a história. Para além disso, as personagens centrais são muito likeable (não há nada, nadinha para não gostar em Jamie, sorry, e a própria Claire é quase mais interessante do que a do livro, tem mais fogo), e mergulha-se em cada época com bastante verosimilhança. Claro que dessas épocas sei apenas o que li em livros e vi em filmes, mas pouco importa: se consigo sentir-me lá, e quase sinto as texturas e os cheiros, então não tenho nada a apontar. O século XVIII na escócia devia ser frio, duro, mal-cheiroso, difícil, ruidoso, sangrento, mas ao mesmo tempo... bom, fascínios são o que são. Já tendo lido o livro há algum tempo, não estou certa se as minhas impressões quanto às diferenças estão certas (será que vou ceder ao impulso de reler o tijolo só para descobrir?), creio que, no essencial o que é do livro está na série, se respeitam as personagens, etc, mas fiquei com a impressão de que na série há maior hesitação entre século XX e século XVIII, que Frank, o marido de 1946, é mais interessante e os sentimentos de Claire por ele mais fortes - no livro, fiquei com a ideia de que a dúvida dela era mais moral do que emocional - e que ela procura com mais desespero regressar ao seu tempo. Teria que reler com isso em ideia, para esclarecer.

Não faço ideia se é ou não uma boa série, nem quero saber. Vistos os primeiros 5 episódios, I'm hooked, como sabia que ficaria. Vou ver os outros, provavelmente de uma assentada (rezo para que não se entre no disparate de repente, a estragar tudo) e esperar por Abril do ano que vem. E não, mesmo assim não ou ler os livros seguintes. Não me apetece ver Claire com o Frank do livro, de volta ao século XX. Sou mesmo fã do escocês, que vergonha...    
  



segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O rapaz (não con)sensual

Tenho visto por aí uma polémica desgraçada (santa paciência!) com a escolha deste menino 

Charlie Hunnam para o papel de não sei quê Grey, no filme que aí vem, feito a partir desses tais livros X Grey, Y Grey e Z Grey, que deixam umas a suspirar e abanar-se, e outras prestes a vomitar. Não li, e para lhe passar os olhos, só se me oferecerem, e mesmo assim... hmmm. 

Mas a questão não é essa. Voltemos ao rapaz. Tanto protesto para quê? Já o viram assim?


Ou assim?


Okay. Não faço ideia se é a imagem desse Grey... Mas não importa! 


Falemos a sério. 
Este rapaz é protagonista, há várias temporadas, de uma das melhores séries de todos os tempos

 

daquelas em que começas o episódio a dizer "ehhh, não me apetece", e ficas, ficas, ficas, já está. viste tudinho e queres mais. Sim, eles são maus, mas estes maus são gente, as mãos com que matam são as mesmas com que protegem a família (alargada até abranger toda a povoação, Charming) até às últimas consequências. Não, tu não aprovas as suas actividades, mas apaixonas-te por eles, pelos badboys e pelas badass women de SAMCRO.  

O rapaz é o máximo, de barba feia, blusão biker e ténis brancos. É o máximo com ou sem camisa, segura uma cena fácil como segura uma difícil. E é ele que não serve para Grey? Nah! Esse Grey é que não serve para ele!