hora de erguer o corpo
e fender janelas
quero a luz azul da madrugada
onde o bafio fede
não se respira
nos quartos cerrados
atravessar a casa
abrir porta atrás de porta
até à última
cada labirinto
sua saída
ir raspar caminhos novos
no saibro de um jardim
e porque não?
posso ter jardins
do lado de fora
desta meada de paredes
ir caminhar desengonçada
de dedos dos pés
na pedra fria
entre hortênsias
e brincos-de-princesa
passar os dedos
nas folhas húmidas
de orvalho
poder seguir
de olhos abertos
a perfeita liberdade
do azul a nascer no horizonte
e do aroma dos limões
de madrugada
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