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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

sombra



a ave paira de asas negras sobre o mundo
entre o chão e o sol obscurece o dia
solta penas longas que descem tão pesadas
como pedras semeiam o solo em redor
o homem pequeno que espera pela noite
coração de alfinete esmagado diminuto
à sombra da ave deixa escapar o medo
num grito mudo de boca aberta e nada
na escuridão foge cerrando os olhos
"não vejo não vejo quem me vê assim"
encontra refúgio na fenda da rocha
profundo na terra o enterrar da cabeça
 o fim da noite grita sobre o horizonte
ele ergue depressa o coração molhado
o olhar na linha dura desse sol ardente
rasga-se de medo à primeira sombra



http://www.flickr.com/photos/peppershots/5811081135/

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