e se
esperar
pela primavera
nas pontas dos pés
ao lado
de uma mulher
que se ri para longe
ao lado
dum homem doutro
cegos
ninguém a vê
ainda bem
melhor assim
escondida
mas
e se
tardar a primavera
e ela
se cansar
das pontas ansiosas
dos pés
e lhe escorregar
uma ponta de dedo
cair no chão
de inverno
desamparada
irá a mulher
amarrotar o vestido
para
apanhá-la
não
nenhum homem vai
estender uma mão
ninguém a vê
ninguém a vê
ela
não deixa
e se
tardar o calor
mesmo assim
ela fica
quieta no chão
deixem-na
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