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sexta-feira, 24 de junho de 2016

fim feliz

Gosto deles, confesso, mas quando é que um fim é feliz?

Quando não é fim. Nenhum pequeno fim é fim, porque cada um é um recomeço. Um obstáculo ultrapassado. A hipótese de outra coisa. De uma coisa melhor.

O único fim é a morte (é sempre a morte) e por isso é que um fim só é feliz quando a história acaba no princípio. Ou a meio, nós é que não sabemos o que vem a seguir. Vem a seguir o que o leitor quiser. Ou ficam as personagens contidas no ambar dourado desse momento, se o leitor quiser. Vai o leitor escrever a história. O leitor escreve sempre parte da história, aquela parte que foge a quem primeiro a escreveu.

Porque se for fim, FIM, não pode ser feliz. A morte não é feliz.

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