Pedaços de vidro tombavam com o
som de notas desordenadas, um de cada vez no mármore do chão e depois todos ao
mesmo tempo, pequenos ressaltos que reverberavam lá dentro, e depois havia aqueles
que se quebravam, mas nenhum era um rasgo desafinado como o dela. Traziam antes
a transparência das coisas belas, em pequenos carrocéis que lhe corriam as veias. Sabia, sabia, porque sabia, que música assim era eterna, se não eterna no
conhecimento do mundo, eterna pelo menos no espaço que durava a sua vida. Eterna
nela porque era a própria vida, ela vertida de dentro para fora.
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