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sábado, 17 de dezembro de 2016

o movimento descobre-me

Estou quieta à frente de um espelho
vejo-me em linhas indecisas e agitadas
e é apenas o espelho que estremece
se lhe ponho a mão talvez me engula
olho para mim em ondas e não sei
se me sustenho em pé ou estou deitada
não me importa a posição no mundo
creio que o movimento me descobre
uma figura precisa nos contornos mostra
nada do que dentro de mim se move
a imagem trémula talvez seja mais exacta
no todo que transborda as linhas
não é espelho se não mostrar fundidas
as formas da verdade com a imagem






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