A péssima imagem é foto minha da capa. Não se encontra imagem desta edição. |
Habitualmente tenho de pensar um pouco antes de escrever uma opinião. Desta vez, sei com exactidão porque não gostei mais. Esta foi a minha primeira experiência com Follet e não me apaixonei. Sei que lerei pelo menos Os Pilares da Terra, mas não é provável que volte a ler um (dele) deste género.
A história é interessante, mas não me agarrou, como acho que uma história de espiões deve fazer. Há certos livros que podemos ir lendo e desfrutando, mas um deste género deve, para mim, suscitar uma leitura compulsiva, o que não aconteceu. Há várias perspectivas, a do espião, a dos que o perseguem, a de Lucy, e interessei-me razoavelmente por elas e pelas personagens, mas, sempre que já estava semi-empolgada com uma linha narrativa, era interrompida para acompanharmos outra. Pode ser aceitável, por vezes, mas não fez nenhum sentido, por exemplo, que o climax da acção fosse suspenso para uma página de soldados a jogar às cartas - nem me lembro se no submarino alemão, se no barco inglês. Isto aconteceu outras vezes, noutros pontos da narração.
O pior, porém, foi a tradução. Tento sempre evitar que a má tradução funcione contra o livro, porque não é culpa do original, e, sendo esta edição bastante antiga (de 1981), esforcei-me realmente para que a tradução terrível não influenciasse a leitura. Não consegui. Nunca li uma tão má. Tão má, tão má, que se fosse actual, pensaria que certas partes tinham sido metidas no tradutor da google. Assim, decerto tiveram direito a um dicionário ao lado das páginas, a assegurar uma tradução literal, palavra a palavra. Cheguei a perguntar-me se alguém que soubesse português teria lido a tradução antes de publicar, porque há frases que não fazem sentido, como "Jo equivocou o olhar contemplativo da fúria dela" e muitas, mas muitas, em que consigo ler o inglês por trás da frase, mas em que a expressão não existe dessa forma em português, como "O poder do pensamento inteligente deslizou suavemente dele". What?? Por vezes são parágrafos inteiros de parvoeira. E o "haviam", aos montes? E "ela pôs o comer"? Não, não, não.
Li este livro, pois, dividida entre a determinação para chegar ao fim, apenas para saber como se desembaraçavam do espião e o que sucedia a Lucy (confesso que fui ler o fim para saber se ao menos isso me agradava), o desejo que isso acontecesse depressa e a preguiça de ler o livro, e um estado de permanente irritação com a maldita tradução. Chamem-me picuinhas. Não quero saber.
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