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domingo, 1 de novembro de 2015

amante

entra no casarão vazio
sem convite
corre os salões sozinho
em meias de lã
desliza os dedos transparentes
pelas teclas do piano
a melodia ganha forma
junto ao tecto
trazem-na frágeis asas
ao boudoir
vem trinar ao ouvido
recosta-se na cama
faz-se amante,
o silêncio.
o silêncio.
o silêncio
o silêncio possui-te
e depois parte



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