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domingo, 4 de maio de 2014

esse amor

Primeiro ser ventre
e depois de ventre proteção de ferro
ser berço e alimento e conforto
a voz que impera
a mão que ampara na queda
e no passo ainda incerto
por estrada de vida que apenas começa
ser a contradição da vontade
se a vontade é tola

Dispam-me no fim
de tudo o que conheço 
de memórias intenções e certezas
do que sei e do que desconheço
mas não do amor desmedido e guerreiro
vazia ainda vou alimentá-lo 
tronco de árvore frondosa
Os frutos leva o tempo devagar 
mesmo assim já só e cega
enrugada e esquecida e quase surda
terei esse amor todo meu
de raízes no ventre
os frutos vermelhos
sempre maduros no peito 


São dois amores. Fogem-me mais depressa que devagar mas ainda assim serão sempre meus. 

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