O Grito, Edvard Munch |
Em que tempestades viajaria o meu grito
cheio de arestas de silêncio
cheio de arestas de vidro
de metal rompido de madeira quebrada?
Até onde levaria o vento o meu grito
que pedras velhas do tempo esmagaria,
em que céus acenderia labaredas,
que mares revolveria,
que ouvidos se rasgariam à passagem?
E se eu gritasse?
Se deitasse em voz inteira o silêncio de fogo
e a lançasse ao mundo?
Quem respondia, que voz respondia,
que braços respondiam,
que corpo vinha ouvir o meu grito?
Em que parede se esmagaria
sozinho mudo quedo
feito nada o meu grito?
1 comentário:
Gostei muito de ler.
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