Não é frequente, admito. Poucas vezes vi um filme, fosse de que natureza fosse, que suplantasse o livro, embora em ocasiões as imagens se distanciassem o suficiente do original escrito para minar ou dificultar as comparações. É o que acontece com Big Fish, o filme de Tim Burton e Big Fish, A Novel of Mythic Proportions, de Daniel Wallace, cada qual com o seu génio próprio.
Lembro-me de uma circunstância, porém, quando eu ainda era suficientemente jovem para ir ao Quarteto (ainda existe?), em que ver o filme me compeliu a procurar o livro...
Wild at Heart, de David Lynch, abalou-me até ao osso aos dezoito anos, pela sua absoluta loucura (não tinha visto Blue Velvet) e pela intensidade que, na altura, me perturbou. Claro que era uma miúda, com as perturbações de alma adequadas à idade e que há muito me abandonaram. Hoje, quando o filme passa na TV, já não me seduz da mesma forma.Na época, porém, não me saía da cabeça. Nem conseguia falar sobre o filme, e por isso atirei-me avidamente ao livro, convicta de que, como de costume, este seria muito melhor... bem, um bocadinho melhor. E que desapontamento! O livro pareceu-me comum e sensaborão, tanto que o li até ao fim e só me ficou, depois de tanto tempo, a ideia de um final sem graça e de uma história muito mais mole do que a do filme. Claro que agora me pergunto: mas onde é que eu tinha a cabeça? O que esperava, se o filme era de DAVID LYNCH? Uma intriga mais tresloucada? Personagens mais estranhas? Um amor mais original? Oh, santa ignorância! Felizmente, aprendi qualquer coisinha, o que sempre é melhor do que nada. De qualquer forma, a estreia de Sherlock, logo seguida de Os Homens que Odeiam as Mulheres, personagens / histórias que conheço dos livros e de outros filmes, pôs-me a pensar no assunto. Livro-filme. Filme-livro. Cada macaco no seu galho, ou a árvore é uma só? Não sei há conclusão a tirar.
Lembro-me de uma circunstância, porém, quando eu ainda era suficientemente jovem para ir ao Quarteto (ainda existe?), em que ver o filme me compeliu a procurar o livro...
Wild at Heart, de David Lynch, abalou-me até ao osso aos dezoito anos, pela sua absoluta loucura (não tinha visto Blue Velvet) e pela intensidade que, na altura, me perturbou. Claro que era uma miúda, com as perturbações de alma adequadas à idade e que há muito me abandonaram. Hoje, quando o filme passa na TV, já não me seduz da mesma forma.Na época, porém, não me saía da cabeça. Nem conseguia falar sobre o filme, e por isso atirei-me avidamente ao livro, convicta de que, como de costume, este seria muito melhor... bem, um bocadinho melhor. E que desapontamento! O livro pareceu-me comum e sensaborão, tanto que o li até ao fim e só me ficou, depois de tanto tempo, a ideia de um final sem graça e de uma história muito mais mole do que a do filme. Claro que agora me pergunto: mas onde é que eu tinha a cabeça? O que esperava, se o filme era de DAVID LYNCH? Uma intriga mais tresloucada? Personagens mais estranhas? Um amor mais original? Oh, santa ignorância! Felizmente, aprendi qualquer coisinha, o que sempre é melhor do que nada. De qualquer forma, a estreia de Sherlock, logo seguida de Os Homens que Odeiam as Mulheres, personagens / histórias que conheço dos livros e de outros filmes, pôs-me a pensar no assunto. Livro-filme. Filme-livro. Cada macaco no seu galho, ou a árvore é uma só? Não sei há conclusão a tirar.
2 comentários:
Acho que depende muito de vários factores. Mas, sem dúvida que a probabilidade de o livro suplantar em muito o filme é superior.
Mas, hey, senhor dos anéis deu uma adaptação fabulosa!
Oh, sim, algumas adaptações são fabulosas!Como o Senhor dos Anéis, mas não só. Big Fish, que referi, também é um bom exemplo, mas com Tim Burton e sou suspeita. :P
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