"Às vezes, quando ouvia na rádio canções de que gostava, algo se agitava dentro de si. Uma dor líquida alastrava sob a sua pele e ela partia do mundo como uma bruxa, rumo a um lugar melhor e mais feliz. Em dias assim, havia algo de inquieto e indomado nela. Como se se descartasse temporariamente da moral da maternidade e do divórcio. Até o seu seguro andar-de-mãe se transformava num andar mais selvagem. Usava flores no cabelo e transportava segredos mágicos nos olhos. Não falava com ninguém. Passava horas na margem do rio com o seu pequeno rádio de plástico em forma de tangerina. Fumava cigarros e nadava à meia-noite."
em O Deus das Pequenas Coisas, Arundathi Roy
E para mim é simplesmente isto, quando o dia amanhece no seu reverso.
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