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domingo, 27 de novembro de 2011

Aqui vamos nós outra vez...

A menos de um mês do Natal, dou por mim a pensar que, este ano, o Natal vai ser diferente.  Diferente não é sempre melhor. 

Este ano, significa que, à semelhança do que acontecerá em muitas e muitas casas da classe média portuguesa, se reduzirão os presentes ao essencial, e apenas as crianças terão direito a eles. Recuso-me a pensar no que a repetição deste gesto prudente fará à "economia de natal", que sempre representou um excesso de consumo saudável para o comércio, embora deixasse doentes as bolsas de muitos de nós. Para mim, tem vantagens e desvantagens. 

O lado A agrada-me: menos compras, menos preocupação com a tal escolha "o menos errada possível". Menos dinheiro a gastar, que o há menos também. 
O lado B... há sempre uma sombra de um puto cá dentro. Todos os natais o meu marido fica vagamente desapontado com os presentes que recebe, camisolas e camisas e outros presentes ajuizados para um homem de quarenta e picos. Creio que, como as crianças, gostaria de ver quantidade, e, como os adultos, qualidade. Eu já me desabituei, em geral, de presentes e surpresas e, com o tempo, tenho vindo a perceber as vantagens de não receber nada (não ter que fazer de conta que se gosta, se não se gostar, nem que serve, se não servir, e menos obrigação de retribuir. Enfim.O puto cá dentro, mal dele, ainda se queixa um pouco desta traição natalícia: então o pai natal não vem para todos?


Lamento, puto, só para alguns priveligiados. Cada vez menos, infelizmente. E, que sorte, por ora há para as crianças e para a ceia. O futuro... se não fosse ateia, diria que a Deus pertence. Oxalá. Pertence-nos a nós. Vamos ter que ser nós a vivê-lo.

Conclusão: não me apetece ainda, apesar do canto esquerdo do ecrã desejar educadamente um Feliz Natal, escrever sobre as outras coisas, as que hão de  encantar-me sempre. Noutro dia. 

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