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domingo, 23 de julho de 2017

outra violência

não é o sacudir dos alicerces
o ruir do edifício
não é a arma na mão do homem
não é o choro na voz
da mãe
nem sequer o sangue
nos escombros
é o olhar do menino
assombrado
seco
a pergunta esquecida
na boca aberta
são as pernas cobertas de pó
tão curtas
a boneca  quebrada no colo
de quem será
para sempre o medo do som
o medo da noite
do dia
do troar do comboio
eterna a perda
essa é a violência que eu temo




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