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sábado, 30 de janeiro de 2016

Há livros cuja escrita nos obriga a continuar, continuar, e ao mesmo tempo a parar de quando em quando, para vir à superfície e respirar, porque nos submerge, por vezes numa substância espessa da qual é difícil sair. 

Estou envolvida com um desses. Escrevi de manhã, Escrevi à tarde. No fim, apercebi-me de que avancei apenas seis ou sete páginas e já preciso de parar. Tenho um nó no peito e não devia.  Estou convencida de que daqui sairá um belo livro ou uma bela merda, mas seja ele uma coisa ou outra, a escrita permanecerá emotiva e dolorosa. Vou, pois, regressar hoje à revisão do Mão, que me consola sempre. Também este pode ser um livro bom ou mau, que não tem importância nenhuma. Por ora é só meu e de quem quis lê-lo em draft, e talvez nunca venha a ser de mais ninguém. Estou a repetir-me? Ah, pois estou. Perdão. 

Bom, é por tudo isto, porque o tempo não estica, porque tenho lido mesmo muito pouco e trabalhado muito, porque ando muito cansada, um pouco desanimada e a minha natureza não me empurra para desabafos pessoais, menos ainda aqui, e até dos "literários" (como este) me vou sempre arrependendo, que o monster continua em banho-maria.

Amanhã talvez tenha uma opinião sobre A Hora Solene, que terminei hoje, mas de resto, prevejo mais do mesmo. 

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