Páginas

sexta-feira, 13 de março de 2015

Mal(es) de autor. Não, desta autora.

Há muitos, uns piores do que outros. Só a BRINCAR, vamos ver de quantos padeço...

Do mal de presunção ou da arrogância dúvido que alguma vez sofra. Talvez do oposto, que isto é uma luta e, havendo muito quem, muito naturalmente, não goste do que faço, elas não matam mas moem.


Do mal de uma escrita emproada tentarei por todos os meios escapar. Não é preciso provar a erudição, originalidade e elevação a cada linha, MAS é preciso escrever bem, portanto...

... contra o mal de má escrita trabalho arduamente. Se me acontece ou não, julgará quem ler. Agradeço o aviso, se me estampar.

Também trabalho arduamente contra o mal do enredo entediante. Não tenho nada, nada contra a previsibilidade, que em alguns géneros é expectável e conforta, mas ser (mais ou menos) previsível não significa ser aborrecido.

Idem para o das personagens bi-dimensionais ou ocas. Quero escrever pessoas, não bonecos de cartão.

Do mal de repetição, mal de fórmula, fujo como o diabo da cruz. Conto com quem me vai lendo para me dar um pontapé nas canelas, se começar a repetir-me.

Do mal do espartilho de género não sofro enquanto leitora, não quero sofrê-lo como escritora. Veremos o que me traz o futuro.

Do mal da "impublicação"... bom, desse mal posso muito bem sofrer, não depende de mim. Eu escreverei, outros publicarão ou não.

O mal da ansiedade é uma inevitabilidade para mim. "Mas estão a lê-lo ou não?" "Está bem feito ou não?" Invejo os autores desligados e ultra-seguros, anseio ser como eles um dia, mas não vejo como.

Do mal da dúvida... ai o mal da dúvida! Das dúvidas, tantas, tantas, e afinal quem as não tem? Vale a pena? Devo continuar a publicar (ou tentar)? Onde é que encontro o tempo? A motivação? Devo "assumir" um género, que afinal é o que tem vindo a ser publicado (ai o temor da fórmula!) ou escrever o que, no momento, me dá na real gana, sabendo que dificilmente encontrará saída? Desta amostra se vê o que me tem vindo a assaltar.

Do mal do vazio, vulgo bloqueio. Como o temo. Ainda não estou bem lá, estou meia cheia, mas com um entupimento qualquer à saída. Podem ser os dois males anteriores a arrastar este.

E outros? Estão à vontade para apontá-los, assim, a BRINCAR, como eu.

2 comentários:

Rosana Maia disse...

Olá Carla! :)

"A brincar a brincar se dizem grandes verdades" já diz o provérbio! :)
Pelo que me tenho apercebido, o livro que está a escrever neste momento enquadra-se no género da fantasia certo?
Sim, adorei ler o "Alma Rebelde", mas fica aqui escrito que ADORO ler fantasia! :)

Beijinhos,
Rosana

Cristina Torrão disse...

O mal da ansiedade e o mal da dúvida são realmente difíceis de evitar. Mas são males que prejudicam, acima de tudo, o próprio. Já o mal de pressunção ou arrogância... Infelizmente, constato que muitos escritores sofrem dele. Enfim...