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terça-feira, 7 de outubro de 2014

eu tinha livros em casa

Não vou falar dos caminhos que me levaram aos livros - e daí ao prazer da escrita. Terão sido vários e confluentes, em partes iguais genética, acaso e as circunstâncias particulares do meu crescimento.

Uma coisa, porém, foi decisiva: eu tinha livros em casa. Muitos livros, em duas filas nas prateleiras, daqueles antigos que já na altura estavam a amarelar (dos bons!) e dos outros que mensalmente os meus pais iam comprando ao Círculo de Leitores, a maioria clássicos portugueses. Bandas desenhadas velhas nas gavetas, Mandrakes e Fantasmas e Xmen...

Nunca me foi negado um livro, mesmo em épocas de pouco dinheiro. Ainda hoje a única coisa que não sou mesmo capaz de negar aos meus filhos, nem quando suspeito que vão acabar por não ser lidos. O que é colocam de lado agora podem querer mais tarde e se assim for... o livro lá estará!

Acredito que ter os livros à disposição, vê-los, viver entre eles, assumi-los como parte da casa e da vida é meio caminho andado para, um dia, se ser leitor. Não chega... ainda não provei a teoria com a prole, mas agarro-me à convição... e aumento constantemente a pilha dos livros por ler.

Devaneios destes são o resultado pôr-me a olhar para as prateleiras quando estou cansada. Não. Exausta.

1 comentário:

Helga Rosa disse...

Os meus filhos aindam são pequenos, mas estão a crescer com livrros, a minha Teresa de 5 anos, adora receber livros de prenda o meu pequenito (3 anos) ainda não liga muito, mas vai pedindo para ler uma história...
E apesar do meu marido dizer que já temos livros de sobra cá em casa, a verdade é que adoro oferecer livros não só cá para casa mas para os outros :-)
E acho que quem cresce rodeado de livros, dificilmente não se apaixona por eles...
evaneios de uma leitora Mãe que tb anda cansada ;-)
Obrigado pela partilha do devaneio :-)