Não saberá o ponto exacto
dela na história
se tombaria no espanto da cor
dela por dentro ou
se é de seda a pele ou
se sussurra no escuro ou
onde repousam os ventos do seu peito,
nem que ondas levantam
as suas coxas no caminho.
Não verá o que traz
nesses olhos com que engole o mundo,
ou no calor da boca com que morde
com força o sumo das horas.
Não entenderá a forma
das imagens que fremem nas palavras.
Está nas escolhas que fazem ambos
que faz nenhum no acaso dos momentos
Está no arco da narrativa imaginária
que um seja o pé que escorrega sobre o muro
o orvalho incerto do sol nascente
a noite a cair algures na cidade
e outro a figura na sombra de uma esquina
a linha fria da distância
o ruído do mecanismo de um relógio
de corda a contar the end the end
the end the end the end
a história é de papel
e sem a força da minha carne acaba-se
acabo-a ao virar da página
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