No meu último post de opinião, sobre o filme The Maze Runner (estes posts têm sido escassos e esse já tem uma semana ou mais), admiti que a curiosidade me leva quase sempre, nestes casos, a pegar nos livros para seguir a história até ao fim. Foi o que fiz ao longo desta semana, comprando para o kindle o segundo livro, The Scorch Trials, e depois o terceiro e último, The Death Cure. O que esperava deles era apenas que tivessem o mesmo ritmo que o filme e me oferecessem um fim satisfatório, e, se não fosse pedir muito, que as personagens tivessem um pouco mais de profundidade, muitas vezes impossível nestes filmes de acção.
The Death Cure perde um pouco em termos de ritmo, não porque seja mais lento, mas porque sem uma prova concreta para completar (embora fique sempre a dúvida, porque nas circunstâncias TUDO pode ser prova), se perde um pouco a direção e fiquei por vezes com a impressão de andar para cá e para lá como barata tonta, a acompanhar a rebelião de Thomas e o que ele e os outros faziam em consequência dela, incapaz até de entender algumas das suas indecisões. Gostava, neste livro, de ter "sentido" mais o Thomas, sendo o ponto de vista o seu, uma vez que, embora se fale no que pensa e sente, ele me parece muitas vezes leviano e teimoso nas suas atitudes, e nem sempre muito inteligente. Faz parte dos melhores e mais inteligentes, pelo que não compreendo, por exemplo, (SPOILER) a sua recusa em recuperar as memórias, quando na verdade se lembrou do suficiente para conhecer a dimensão da sua participação no projecto e já se sente horrível com isso. Não seria melhor, para o sucesso dos seus objectivos, lembrar-se de tudo sobre a Wicked? Também não entendo a sua insistência em recuperar um amigo doente, quando não acredita na cura e sabe que não há solução para ele...Enfim. Vamos tendo as explicações e o fim, embora um pouco previsível, é satisfatório, talvez o único com algum sentido sem matar toda a gente. Quem me lê sabe que não tenho nada contra alguma previsibilidade, quando ela obedece à lógica da história e a imprevisíbilidade a todo o custo criaria um final demasiado forçado. Este é talvez um pouco forçado... De repente, Thomas confia? Ou aceita por falta de alternativas? Vou acreditar que sim. Pelo menos nem todos se salvam... ainda que a última morte estenda um tapete de redenção para a personagem morta e de sossego futuro para Thomas (aqui não conto!) que me pareceu demasiado conveniente.
No fundo, o que importa foi que li ambos os livros com interesse e curiosidade, e num instante! Já admiti que acolho sem vergonha o jovem (rapaz? rapariga?) de catorze anos que ainda há dentro de mim e lê estes livros com o mesmo prazer com que a adulta lê coisas bem diferentes, sejam distopias, FC, fantasia ou romances mais realistas. Este mundo distópico é suficientemente convincente e o fim não é demasiado cor de rosa - é, aliás, bastante negro para a humanidade em geral - e, porque é centrado na acção e solução de problemas, a maioria imediatos, a pouca profundidade ou alguma inconstância das personagens não chega a incomodar. Sendo muito jovens, talvez até faça algum sentido...
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