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domingo, 2 de dezembro de 2012

archangel's storm- nalini singh

Sinopse:
Enter New York Times bestselling author Nalini Singh's darkly beautiful world of archangels and immortal power, as a pact is sealed between two souls bound by blood, stirred by desire, and driven by vengeance...

With wings of midnight and an affinity for shadows, Jason courts darkness. But now, with the Archangel Neha's consort lying murdered in the jewel-studded palace that was his prison and her rage threatening cataclysmic devastation, Jason steps into the light, knowing he must unearth the murderer before it is too late.
 
Earning Neha's trust comes at a price--Jason must tie himself to her bloodline through the Princess Mahiya, a woman with secrets so dangerous, she trusts no one. Least of all an enemy spymaster.
 
With only their relentless hunt for a violent, intelligent killer to unite them, Jason and Mahiya embark on a quest that leads to a centuries-old nightmare... and to the dark storm of an unexpected passion that threatens to drench them both in blood.
Opinião:
Já há algum tempo que Nalini Singh me conquistou enquanto escritora de guilty pleasures - os meus são quase todos romances bem românticos, com amores maiores do que nossa vidinha como devem ser os dos livros, mas também violentos, com criaturas míticas, anjos, vampiros, shifters. Desses cujas capas escondo quando os leio, porque embaraçavam até uma porta. Entram nesta categoria senhoras como J.R.Ward, Gena Showalter, Lara Adrian, Larissa Ione, Alexandra Ivy, Shelly Laurenston, Jacquelyn Frank com os seus Sahdowdwellers (esta aposto que não conhecem...), e de certeza mais uma ou duas de que agora não me lembro. Li tudo isto em inglês, uma estante cheia, uma pilha de dinheiro deixado na amazon.uk, antes de terem sido publicados cá... e antes de ter um kindle, que me protege das capas embaraçosas.
As da série angélica de Nalini Singh não são más de todos, nem as mais recentes dos seus psy (só que eu tenho as antigas). Acho que as editoras perceberam que valia a pena investir e fazer qualquer coisa mais elegante do que homens de tronco nú - não que tenha alguma coisa contra eles, muito pelo contrário! A não ser que esteja a ler no café ou noutro lugar público. Ou que marido (ou filhos) me perguntem: "Mas afinal que livros são esses que andas a ler?" Viva o kindle!!
 
 
De volta ao livro.
Nalini Singh construíu neste Archangel Series um mundo alternativo maravilhosamente pensado, que é o nosso também - temos New York, locais na Índia que são inspirados em lugares reais, e no primeiro livro Beijing foi destruída - com criaturas e relações de poder que, na sua natureza fantástica, são verosimilhantes  e muito bem consolidados. É um pouco estranha a relação entre anjos e vampiros, que tradicionalmente estão em pontos opostos do espectro do bem/mal, mas há muito que os vampiros já não são o que eram, e nem os anjos de Nalini são... angelicais. Nalini Singh é, de certa forma, o exemplo do que se pode fazer, digo FAZER BEM, com esta criatura mítica que continua a ser a minha favorita. Não há uma linha clara entre o bem  e o mal nestes livros, o que há é poder: crú, violento, tão desmesurado que os seus detentores estão para além desses valores, são assumidamente cruéis na sua proteção da humanidade, estão acima e além dela e dos seus sentimentos. Claro que cada livro prova que nem eles estão livres da emoção, há uma história romântica, alguma forma de redenção, uma mudança, etc, etc. Podia cair-se aqui no cliché. De certa forma, até se cai mesmo no cliché, mas Nalini trabalha-o e transforma-o com mestria, esconde-o e disfarça-o no seu interessante worldbuilding. Dá personalidade e profundidade às personagens, cria empatias, algumas inesperadas, gera admiração, faz-nos torcer por elas. Não há linearidade, nem sequer nos nossos sentimentos pelas personagens, porque nenhuma é inteiramente boa ou má ou desprovidade de razões. 
 
Em Archangel's Storm, todas estão feridas. Jason é um anjo das sombras - um spymaster com um passado terrível (ainda verti uma lágrima, vejam só!). É o meu novo favorito... vá, depois de Illium, cuja história quero muito conhecer. A personagem feminina central mostra-se um portento de força muda e quieta, como um pilar que não notamos, mas está lá para ficar, e a história entre eles tem uma lógica muito própria. As outras não lhe ficam atrás, de formas diferentes. Mas há sempre muito mais nestes livros, porque a história de amor nunca ofusca o que de mais se passa neste mundo estranho e fascinante. É o que, em geral, acontece também na série psy-changeling, que me leva a continuar a ler, mesmo quando já estou ligeiramente cansada do padrão das relações de amor: quero saber mais sobre esse mundo. E pronto, há uma história de amor entre mim e estes livros. E como todas as histórias de amor, não se explica e não se justifica.
 
Oh, meus deus!  
Acabei de perceber: sou uma devassa inconstante e infiel, tantas são as minhas histórias de amor inexplicáveis com livros bons e maus!! E agora??

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