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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Rama - Arthur C. Clark

Esta manhã dei por mim a olhar para uma das minhas estantes e a pensar em quantos dos livros que por aqui tenho ainda estão por ler. São uns quantos, feliz ou infelizmente. Alguns, sei que mais cedo ou mais tarde, vou ler. Outros dúvido. De qualquer modo, dei por mim de olho na prateleira de cima, preenchida por títulos em inglês que já são meus há muito tempo, Poe, Twain, Conrad, Paul Bailey, Kippling, Defoe, Maughan, Huxley, Whitman, ou seja, muitos dos clássicos que andam cá por casa. E Arthur C. Clark. Rendezvous with Rama, Rama II e The Garden of Rama. O primeiro é de 1972, mas nenhum tem menos de 14 anos.

O primeiro chegou-me, imaginem, através de um jogo de computador, Rama, numa altura em que eu e o marido, ainda sem crianças, ficavamos noites a fio a deslindar os mistérios das aventuras gráficas.Quando abrimos a caixa, maravilha das maravilhas, também havia uma surpresinha para mim. In English. Li-o num ápice e quis mais. Não havia por cá, nem havia amazon ou eu não a conhecia. Por isso, na minha única viagem a Nova Iorque, feita com vontade de ver tudo e sem dinheiro para nada, estes dois volumes foram a minha única compra. Entrei com reverência na Barnes&Noble, se não me engano - são 14 anos! - e trouxe-os comigo na mala. Faltou-me Rama Revealed, que na altura não havia e nunca cheguei a comprar.

Rendezvous With Rama é SCF pura. Passa-se no século XXII e centra-se na entrada no sistema solar de uma nave espacial cilíndrica, e na sua exploração por um grupo de exploradores. Contada do seu ponto de vista, desenvolve-se lentamente, acompanhamos os mistérios, os receios e as descobertas. Não é um texto rápido e cheio de acção, nem é, segundo me recordo, um texto simples na sua estrutura, linguagem ou na ciência envolvida. Claro que hoje, depois de 14 anos de leituras em inglês, talvez o achasse mais fácil. Ou não. Na nave fazem uma série de descobertas interessantes, que trazem mais perguntas do que respostas. Não há fogos de artifício nem efeitos especiais, nem homenzinhos verdes. É denso e por vezes lento e cheio de pormenores de uma exploração como ela poderia muito bem ter acontecido... ou pelo menos é plausivel para quem não é cientista. Neste livro, as colónias da Terra, receosas de uma ameaça que não se concretiza,  tentam destruir a nave, que acaba por sair de órbita e desaparecer da Via Láctea.
Ganhou os prémios HUGO e NEBULA.

O livro é um stand- alone, mas o autor acabou por escrever os outros três. Rama II e The Garden of Rama estendem esta ideia, e, no ponto em que fiquei - no livro três - uma nave tinha partido da Terra com uns quantos escolhidos, em direção a Rama. Pelo meio, mais contactos, a construção da nave segundo os padrões de Rama, as escolhas. Questões científicas, e questões humanas. Mais não digo. Nunca chguei a ler Rama Revealed, e agora pergunto-me porquê. Talvez porque não tenha devorado o terceiro livro, segundo me lembro, como os outros dois e já estivesse a ficar cansada. Culpa de ler tudo de seguida? Se calhar, porque esta é SCF da boa.  

1 comentário:

Pedro disse...

se há dúvida
de que duvido
será por certo
que estou vivo

:)