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sábado, 21 de abril de 2012

É a vantagem de um blogue descomprometido, posso publicar o que me apetece. Lê quem quiser. Desta vez, é mais um poema de 1989. Tem sido divertido redescobri-los. 


Para servir de fartura os meus muitos ventres
de ternura os meus muitos corações
vaimatea the mermaid, benacek eric
e de razões e relíquias a minha inteligência.
Para fugir à pedra, escudo do meu corpo,
ao fogo que me consome o verão,
à treva que persegue a minha luz.


Para cantar todo e cada segundo de palavra,
toda e cada melodia da minha alma,
e os mistérios tão simples, desvendados,
é que o corpo desnudado se revela,


é que o corpo trepa do fundo do mar,
o peito enxuto subindo o branco das águas,
em cada olho um fim diverso a perseguir.


Desnudado o silêncio é um recado
que me mandam pela noite os pescadores
de sentidos


para dar novos sentidos à palavra.


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