É a vantagem de um blogue descomprometido, posso publicar o que me apetece. Lê quem quiser. Desta vez, é mais um poema de 1989. Tem sido divertido redescobri-los.
Para servir de fartura os meus muitos ventres
de ternura os meus muitos corações
vaimatea the mermaid, benacek eric |
Para fugir à pedra, escudo do meu corpo,
ao fogo que me consome o verão,
à treva que persegue a minha luz.
Para cantar todo e cada segundo de palavra,
toda e cada melodia da minha alma,
e os mistérios tão simples, desvendados,
é que o corpo desnudado se revela,
é que o corpo trepa do fundo do mar,
o peito enxuto subindo o branco das águas,
em cada olho um fim diverso a perseguir.
Desnudado o silêncio é um recado
que me mandam pela noite os pescadores
de sentidos
para dar novos sentidos à palavra.
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