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quinta-feira, 1 de março de 2012

Um Amor em Tempos de Guerra - Julio Magalhães

Sinopse

António nasceu marcado pelo nome. O mesmo que o vizinho da rua das traseiras, o homem que se fez doutor em Coimbra e que ia à terra sempre que podia, o tal que governava o país com pulso de ferro. Mas de pouco ou nada lhe valeu tão grande nome quando o destino o enviou para Angola, para defender a pátria em nome de uma guerra distante que não era a sua. Deixou para trás a sua terra, a mãe inconsolável e Amélia, a mulher que pedira em casamento, num banco de pedra, junto à igreja e que prometera fazer dele o homem mais feliz de Vimieiro. Promessa gravada num enxoval imaculado que ficou guardado no armário, à espera do fim daquela maldita guerra. Quando António regressou de Angola, era um homem diferente. Marcado no corpo por anos de guerra e de cativeiro e no coração por um amor impossível que deixara em pleno mato angolano. Regressava para cumprir a promessa que fizera anos antes à sua noiva Amélia, que o julgara morto, e que, em sua memória, tinha enterrado um caixão sem corpo.
Opinião:
Peguei neste livro por razões que a razão conhece, mas sem ideia nenhuma do que ia ler, para além do que a sinopse anunciava e do conhecimento de que o autor é um jornalista / pivot conhecido na nossa praça. 
Trata-se, sem dúvida, de um romance escrito por um jornalista, e essa é a sua maior virtude e o seu maior defeito. O assunto, a guerra de Angola e suas consequências para o(s) individuo(s) é duro e não se foge a ele..., mas onde eu esperava ficar impressionada com o horror, com descrições com algum detalhe dos acontecimentos, ideias e sentimentos fui, de certa forma, informada. Não lhe falta emoção, propriamente, mas é exato e despachado.. por vezes demasiado exato e despachado. Por vezes, é informativo onde gostaria que fosse 'ilustrativo', afirma onde eu gostaria de 'ver'. Como jornalista que é, Júlio Magalhães escusa-se ao que parece desnecessário, mas isso por vezes faz com que se anunciem mudanças e sentimentos e o passar do tempo sem se sentir que eles passaram...Uma ou outra cena eram de puxar à lágrima... ou seriam, se tivessem sido mais aprofundadas.
É difícil explicar, porque não posso, de maneira nenhuma, dizer que não gostei. Gostei. A escrita em si é agradável, embora aqui e ali a edição tenha falhado e surjam umas gralhitas desnecessárias. Emocionei-me, senti pelo sofrimento das personagens, só que menos do que se tivesse 'visto' as suas penas. Li com entusiasmo. E eu já não insisto no que não gosto.

2 comentários:

NLivros disse...

Olá Carla!

Já li quase todos os livros do Júlio Magalhães e este "Um amor em tempos de Guerra" foi o único que gostei.

Foi também o primeiro e, confesso, fiquei deveras agradado com o que li. Depois li os outros dois que sairam e, Deus, mete dó tão pouca qualidade ao ponto de eu pensar para os meus botões "será que foi a mesma pessoa que escreveu estes livros?"

Carla M. Soares disse...

Como não li mais nenhum, não posso concordar nem discordar. Será que tive a sorte de pegar logo no melhor? Se calhar, foi a capa, que é muito atraente, faz lembrar um filme antigo. :)