Alma Rebelde #5

Este Sábado são dois pequenos excertos. 


O primeiro: 

– Minha querida, – sussurrou – não tenho a mais pequena intenção de mandar‑te embora. Entre outras coisas, dei a minha palavra, mas quando me conheceres melhor, Joaninha, vais perceber que cortesias e falsidades não servem para mim. Seria incapaz de casar‑me contigo, se não te conhecesse melhor do que a uma qualquer dama da corte. – O seu tom baixou uma oitava, tornou‑se quase um rosnado. – Vamos amar‑nos ou odiar‑nos. E quando eu te tocar, tu não vais ter medo. Vais gostar. É assim. Agora come.

Alma Rebelde, pag. 108

E o seguinte:

Porque não pode aceitar uma amizade tranquila? Mas não, sinto no seu olhar que me estuda. Tenho medo do que vê. Não posso escapar ao meu destino e preciso que me aceite… Mas, se ele levar a sua avante, essa há de ser a raiz da nossa infelicidade. Que tenho eu para oferecer a quem conhece o mundo e é amigo do Rei? Não sou nobre. Toda a minha educação se resume aos livros e nunca viajei. Não conheço os homens nem as manhas das mulheres. Não sou ninguém. Não sou nada. Decerto Santiago faria outra escolha, se fosse livre. Estou certa de que me detestará quando compreender. Detestar‑me‑á, quando finalmente se sentir preso.

Alma Rebelde, pág 117

A todos os meus três (vá lá, quatro) visitantes, enjoy! 
E uma pergunta que por cá por casa me fizeram: publicar excertos revela demasiado? Estimula ou estraga a vontade de ler o livro?