Os Oscares de Meryl

Meryl Streep foi nomeada 17 vezes pela Academia: três como Melhor Atriz Secundária (The Deer Hunter, Kramer vs Kramer e Adaptation) e CATORZE como Melhor Atriz, em filmes como The French Lieutenent's Woman, Sophie's Choice, Out of Africa, The Bridges of Madison County, The Devil Wears Prada, entre outros.

Ganhou, em 1979, em Kramer vs Kramer e em 1982, em Sophie's Choice, dois filmes difíceis. Curiosamente, encarna em ambos uma mãe que, de uma forma ou de outra, abdica de um filho: no primeiro caso temporariamente, a favor da recuperação da identidade própria, a favor da própria capacidade para ser mulher e mãe; o segundo tão devastador que a própria ideia (escolher o filho que vive, o filho que morre) ainda me deixa sem respiração. Como é que uma mãe pode fazer esta escolha e manter a sanidade mental?

Coincidência: Meryl  representou de forma magnífica muitos outros papéis, de mulher, de amante, de profissional, de ser humano maravilhoso e de ser humano terrível - mas nunca perfeito, e é nisso que ela se distingue de tantas outras. As suas personagens nunca são planas, são multifacetadas e cheias de fragilidades e de forças insuspeitas, de olhares, expressões, gestos, entoações. De humanidade.

Ganhou novamente este ano num papel ingrato e num filme sem história, The Iron Lady, que ainda não tive oportunidade de ver. E disse algo como "Já sei que é a última vez que ganho"... não foram estas as palavras, não importa. Não sei porquê (*wink*) NÃO ACREDITO.  A atriz favorita de Hollywood, que por incrivel que possa parecer até sabe cantar e brincar, como fez em Mamma Mia, não está acabada, nem estará tão cedo. 

Para mulheres como ela, haverá sempre um papel - tenha a idade que tiver!