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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Como o ar que respiras - Maria João Martins

Sinopse
«Como gosto de ti? [...] Amo-te simplesmente como o ar / que respiras.
Ao sol, na escuridão. / Com a audácia de um livre coração.»

Separados pela Geografia, Angie e Gabriel encontram-se na paixão pela beleza deste verso de Elizabeth Barrett Browning, mas também pela desmesura do sentimento que traduz. Ela está em Londres e ele em Lisboa, mas o trabalho sobre a vida e a obra literária da autora vitoriana levá-los-á ao confronto consigo mesmos, com os seus sonhos e medos. Gabriel teme que a vida nunca lhe dê o bastante e Angie, a braços com um passado perturbador, parece já não confiar na redenção. Mas, se um poema, ou uma carta, não for apenas um conjunto de palavras, mas um rastilho capaz de desencadear um incêndio, muito depois de ter sido escrito, o que poderá acontecer?

Maria João Martins estreia-se no romance com uma obra de assinalável maturidade e cuidado rigor narrativo.


Opinião:
Por fim, terminei este pequeno volume, as primeiras 138 páginas em ebook que adquiri (paguei, descarreguei e precisei de debater-me para conseguir abrir. Enfim...) Uma história de amor fictícia inspirada numa história de amor real, que motiva um livro muito mais dedicado à literatura em si, pela quantidade e qualidade das informações e citações, do que ao que se desenvolve entre as personagens. Talvez se torne, portanto, um volume mais apreciado por quem seja capaz de identificar e "decifrar" as numerosas referências. Felizmente, sou. Mesmo assim, não é livro para todas as horas, Não é linear. Tem pequenos saltos na história, que requerem algum ajustamento, e as tais interferências literárias, bem como dos percursos de vida da personagem, considerações da autora, e uma gestão complexa do tempos verbais . Tornam-no mais rico,  é claro, mais interessante, mas de leitura mais erudita, impossível em momentos de maior cansaço. 
Não me faz gostar menos do livro, mas fez-me tardar a terminá-lo.



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