Dark Predator - Christine Feehan

Dei uma volta pelos meus rascunhos e apercebi-me de opiniões que, vá-se lá saber porquê, não publiquei. Aqui está uma. Mais tarde coloco outra.

Sinopse

As brutal as the undead he hunted, Zacarias De La Cruz was a master executioner. Over the long, dark centuries, he plunged into so many battles they blurred into an endless lifetime of evil that hardened the soul of this merciless, ruthless and implacable dark predator.

Now his stark and savage journey is over. After a thousand years in a gray world, he has accomplished everything he set out to do. His brothers are safeguarded. Each has found a woman who completes them. And they are at peace. For his brothers, Zacarias has walked the edge of madness, but with centuries as a killing machine now left to the past and without a hunt to define him, Zacarias wonders, for the first time in his life, who he really is.

The answer awaits him back home in Peru , in the betrayal of a woman who is readying her trap, in the vengeance of an old enemy, in the inevitable consequences of a bloody family legacy, and in the deliverance of a lifemate he never could have imagined. 

Opinião:

Esta série  (Dark Carpathian)  não é para todos. É preciso aceitar o género de romance  fantástico, e não se importar que os heróis sejam vampiros-não-vampiros de um povo antigo, com tanto de chauvinistas violentos, como de apaixonados e honrados. Muito bem, estabelecido o pressuposto, que aceitei e pronto, senão não valia a pena, devo dizer que tenho seguido estes livros que, com uma ou outra exceção, têm sido intensos, tanto na acção, como na paixão. A escrita é boa, o ritmo também, servem de forma muito adequada este tipo de história. 

O povo em questão está em luta pela sobrevivência contra verdadeiros vampiros, à beira da extinção porque as mulheres escasseiam e os bébés raramente sobrevivem. Sem a sua lifemate (sim, há uma) os homens vão perdendo os sentimentos e a capacidade de ver a cores, o mundo torna-se basicamente cinzento a todos os níveis e só o sentido de honra adia o destino: a morte voluntária ou a queda no abismo, tornando-se vampiros em busca de uma espécie de high, como se fossem vicíados, quando matam. Encontrá-la é a salvação, se não acontecer tarde demais e ela aceitar essa "inevitabilidade". 

É repetitivo, claro, mas durante muitos livros a autora conseguiu dar-lhe a volta muito bem. Há uma veia negra e desesperada na maioria das histórias, mas pode esperar-se sempre um fim feliz para o casal de cada livro, e  algum desenvolvimento, nem sempre feliz, na história geral, que é, se calhar, o ponto mais interessante. A acção e o sexo são, como é habitual no género, a ferver. É puro entretenimento para quem lê o género. 

Esta história em particular, porém, foi um OSSO DURO DE ROER para mim. Não por ser mais negra do que o costume, o que eu acolheria muito bem, mas por ser... francamente? Uma chatice do pior. A coisa até promete, no início, porque o herói (blagh) tenta suicidar-se, mas depois disso, grrrrr! Ao longo da história, a escritora repete-se ad eternum, fala e volta a falar e fala mais uma vez sobre o desejo pela personagem feminina, sobre o negrume da alma da personagem masculina,sobre o facto de ele ser um assassino e não um amante, etc, etc, e ele hesita, hesita e hesita. É, na verdade, um MACHISTA AUTORITÁRIO com um problema freudiano - com o pai, tornado vampiro, e o seu medo de não resistir. Passa a maior parte do tempo a aterrorizar a rapariga, a outra metade a protegê-la, aterrorizando-a na mesma, e muito pouco tempo a conhecê-la. A regra é a da OBEDIÊNCIA e do serviço, no sentido em que todos são servos... e ela aceita!!!! Oh, sim, lá se vai sugerindo que tem outras formas de levar a água ao seu moinho, mas no fundo, obedece. Está a milhas da maioria das outras mulheres desta série.

 Lá para o fim, há finalmente um pouco de acção que se veja, de um e de outro tipo, mas  não sabe a quase nada, tendo em conta que é preciso "mastigar" todo o resto. 

Pela primeira vez com esta  autora, da qual sigo também as séries Ghost Walkers e Leopard People, em vez de devorar o livro, quase desisti! Duvido que leia outro destes.