Páginas

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Que hei-de fazer

(imagino isto como canção, embora seja completamente incapaz de congeminar uma melodia..,)

Eu sabia que irias quando te chegaste
A mim com teu ar de dia por nascer
Sabia que o tempo não te guardaria
Nem minhas mãos te haviam de deter
Mas vieste inteiro na noite inquieta
O gesto vestido de cavaleiro andante
Rasgar o meu tempo e guiar na dança
este corpo vago que se cala ou mente

Prometi que o peito era seco e frio
disse que era meu só meu o destino
Mas que faço eu com o espaço vazio
Que hei-de fazer com a escuridão
Quem me leva o medo quem me leva o frio
Quem há de trazer-me o teu coração

Chegaste de noite a desfazer caminho
E foste pela manhã levando os sinais
de feroz amante de homem peregrino
de teus dedos breves entre os lençois
Eu sabia que irias mas não queria ver
Queria perder-me esquecer-me de mim
No balanço das vagas em todo o teu ser
Estar longe de tudo tão perto do fim

Prometi que o peito era seco e frio
disse que era meu só meu o destino
Mas que faço eu com o espaço vazio
Que hei-de fazer com a escuridão
Quem me leva o medo quem me leva o frio
Quem há de trazer-me o teu coração

Sem comentários: