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quinta-feira, 19 de março de 2015

quando não estiveres

Tinha prometido a mim própria que tão cedo não publicava por aqui poesia minha, mas hoje é dia do pai e não tenho outro presente. O meu pai não segue o monstro, mas está no monstro.


quando não estiveres
a manhã crua na sua luz
ainda virá fazer o seu trabalho
de despertar a rotina
mas porque não estarás
a fazer de alicerce rabugento
já ela será mais pálida
empalidece assim da falta de ti
da tua ausência enrugada
da saudade da voz precipitada
pela impaciência
de muitas horas vividas
para além da tua

hoje porém ainda o dia
nasceu com a cabeça erguida
e eu que já te trago na memória
ainda te tenho à distância
voltado para amanhã
hoje o dia ainda
não doi





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