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sábado, 17 de janeiro de 2015

Nada, ou a aranha

Um poema de 1990, muito ligeiramente alterado. Tinha 19 anos. Ninguém tem 19 anos...


Nada de animal.
Não sou a besta brutal
que tudo sabe.
Quem dera fosse gaio
cantando
ou em silêncio revelando
o mistério claro
e absoluto.

Nada.
Sou o génio racional
inevitável
uso as palavras
para dar nome às formas
mas busco
como bicho predador
ou grande aranha
o fio do enigma
que me atirou ao mundo
insatisfeita



1 comentário:

Ivonne Zuzarte disse...

Eu nunca fui de poesia - gosto de ler de vez em quando, de escrever só quando a professora de português pedia (há coisa de 8 anos, quando tinha 15 anos)... O último que escrevi devia ter uns 20, mas deixei-me disso, nunca tive jeito. Força, Carla, ninguém tem 19 anos... alguém há-de ter. :D