acredito nas palavras de maneira simples
ao jeito do espumaço no quebrar da onda
do modo da aguda beleza da gota de luz
suspensa rednda na teia pela madrugada
sei-as em voo no dente de leão ao vento
e a aterrar como pedregulho no lamaçal
encontro nas palavras as formas perigosas
dos dentes de mós sobre os grãos de areia
em repetido modo de fazer do alento pó
sei-as como arame tenso sob o trapezista
certas como adagas no peito do dragão
trago-as na pele gordas do meu sangue
nas noites de luar enganador e fútil
à espera do tempo de mais um feitiço
sei que são bolotas à espreita num ramo
do momento exacto para ser castanha,
com jeito de doces promessas de tempo
mesmo quando são já tempo perdido
palavras eu sei-as de qualquer maneira
e maneira nenhuma se encontra nelas
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