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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Tão mau, tão mau que é quase bom

Ontem dei por mim com pipocas doces numa taça, a revisão do texto de O Cavalheiro Inglês à frente e o Warm Bodies na TV, escolha da minha filha. 

Warm Bodies (2013) PosterNunca tinha visto, pelo que me deixei estar e fui vendo enquanto revia texto. O título não se refere, felizmente, à revisão, que me tem divertido muito. Refere-se ao maldito filme, que acabou por também me divertir muito porque não tem ponta por onde se lhe pegue! Arrisca-se a destronar o Ghost Rider como o pior filme da minha galeria de maus filmes, que inclui toda a porcaria de Van Dames com irmãos assassinados e afins. 

Confesso que os zombies não me atraem nadinha, é capaz de ser por estarem um tanto... podres. Mas não entendo uma história de amor com eles, cheira-me a necrofilia, caramba! Sei que há por aí histórias dessas e que algumas até têm agradado - eu é que ainda não me convenci a ler nenhuma. Se calhar até gosto de alguma, não digo que não, sabe-se lá.  Quanto a este filme, devo ser eu que não entendo, porque a treta até tem 7.0 no IMDB...

Nada tem graça - nem o teen-zombie com coração de manteiga (teve sorte, não lho comeram, se EU fosse zombie ia logo direita a ele, assim tão doce deve ser um petisco!) e considerações filosóficas sobre a sua zombice e a dos outros, nem a mocinha, uma verdadeira Bella Swan loira, digam-me se não repete as mesmas expressões e entoações... ou a falta delas. Não percebo o que John Malcovich faz no meio disto, deverá dinheiro ao fisco? Seja como for, o papel está à altura dos restantes, o homem nem consegue dar-lhe a sua loucurinha particular.

A intriga é... não é, deixem lá isso. Girl meets zombie, O MESMO ZOMBIE QUE ACABOU DE COMER O CÉREBRO DO NAMORADO DELA, g'anda trip, e ela nem se importa quando descobre, porque ele é fofinho e, coitado, manteve-a presa... perdão, escondida num avião para a proteger... até porque o automóvel em que acabaram por fugir nem estava à disposição desde o iníco, nem nada, só andaram a fazer corridas nas pistas... Burra. E pronto, como ele não a papou (ehehehehehe) e em vez disso ouviram música como todos os teens e ela lhe deu a mão, os corações dos zombies deste mundo começaram a bater e a curar-se a zombice. Acho que é isso. No fim, o teen-zombie vai ajudar os seus amiguinhos humanos, os mesmos que têm ordem para lhe dar um tiro na mioleira, foge de outros zombies ainda piores, os que já nem chichinha têm, cai na água de uma altura fantástica, com a moça em cima, deszombia... deszomba... errr, coiso! Leva um tiro e sangra, que felicidade, somos todos humanos afinal, e há beijo, se calhar porque o moço já não cheira a morto. No fim, é happy ever after para os cor de rosa e os arroxeados e até cai o muro. Digam lá se não há referências culturais importantes, hã?

Francamente? O filme perdeu-me logo à primeira cena, quando o teen-zombie entra em voz off (onde é que eu já vi isto??) a tecer considerações e mais considerações... ó pá, afinal que raio de zombie és tu? Humpf! Sabem que mais... Viva Zombieland!

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