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domingo, 21 de setembro de 2014

Cinema e o inevitável

Lá usei outra vez os miúdos como pretexto (mentira, não preciso dele) para entrar num cinema cheio de gente de todas as idades e ver o filme YA do momento, The Maze Runner. 

Não li o livro, pouco sabia da história a não ser o que o próprio título revela, que há jovens correndo por um labirinto. Sei que a trilogia é um sucesso mas é só. Não vou por isso tecer comparações livro-filme... nem com outras trilogias(+1) de filmes YA distópicos que ainda estão por terminar. Acho que tenho um gene que impede parte de mim de crescer ou amadurecer, o que queiram, por isso creio que este tipo de filmes ainda há de agradar-me aos 80. Felizmente!

O filme não está com introduções, atira-nos de imediato com Thomas para dentro do Glade (o centro verdinho do labirinto) sem sabermos de nada, e depois disso é rápido e, como não podia deixar de ser, um pouco negro. Há imensa testoterona jovem, claro, mas também o pivete a medo e isso tem o resultado prevísivel entre rapazes adolescentes: amizades e alianças aparentemente inquebráveis, mas também disputas e rivalidades. Tudo isso empalidece face à verdadeira ameaça, o labirinto sem saída e com terríveis perigos, sobretudo nocturnos, e a grande incógnita que é o motivo porque ali se encontram, sem memória senão a do seu próprio nome. A sobrevivência obriga a certa dureza e sobrepõe-se à amizade, quando é necessário. Há morte também, portanto. 

Thomas mostra-se diferente, mais curioso e vem, claro, abalar a rotina mais ou menos segura desta espécie de prisioneiros. Depois chega uma rapariga, a primeira e única e, embora a sua presença feminina não perturbe os rapazes porque não há tempo para isso,  Thomas e Teresa representam alterações inesperadas no sistema e também no labirinto e os acontecimentos precipitam-se. O perigo transborda para dentro do Glade.

Não ofereço mais detalhes, era disparate. Gostei do filme, como calculava que gostasse, com excepção de um pequeno discurso motivador de Newt que me soou a treta e é demasiado cliché. Dou o desconto de cartão jovem. Há  outros clichés, mas heróis são heróis e neste filme também temos o novato que acaba por se tornar o lider, nada de novo... mas creio que por vezes é mesmo o sangue novo que faz arder o antigo, e aqui até há um motivo sobre o qual, evidentemente, não vou elaborar. As personagens não têm muito espaço para se desenvolverem, mas o conceito geral está interessante, o filme não aborrece, pelo contrário (pelo menos a mim) e desperta curiosidade para mais. Bom entretenimento.

Agora acontece-me o inevitável - se os filmes se baseiam numa série e não terminou a história, quero saber mais. O provável? Vou acabar por ler os livros restantes num instantinho ali mesmo no meu kindle e a adolescente em mim vai ficar satisfeita. Vou lendo outra coisa em simultâneo e a mulher adulta será, como é sempre, compreensiva.  

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