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domingo, 20 de julho de 2014

rio pardo

Hesita-me o pé na linha de um verso
À beira do rio inverto o percurso.
Debruça-se o corpo no rumorejar,
inquieta a alma que me faz pensar  
neste rio pardo que esconde segredos,
tempestade de águas a avivar os medos.
Deixo-os à porta ao sair da pele
para seguir a linha no seu revirar
cavalgando ventos pela terra dentro,
por fios de prumo na ponta do mundo,
pela sombra negada da eternidade
no lábio manso da orla do mar.
Paro enfim talvez em braços de carne
que estes de letras não são de verdade.

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