rachava a laranja ao meio
com os dedos,
ou a romã roxa
e deixava escorrer o sumo
sobre as folhas amarelas
deste caderno
cortava o pão da terra
com as mãos
enterrava nele os dentes
deixava cair migalhas
sobre as palavras
arrancava o favo à abelha
acolhia a ferroada
pelo mel
para lamber das linhas
e abria valas na salina
para temperar
a alma das letras
Sem comentários:
Enviar um comentário