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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Flowers From the Storm - Laura Kinsale

Sinopse:
The Duke of Jervaulx was brilliant and dangerous. Considered dissolute, reckless, and extravagant, he was transparently referred to as the ′D of J′ in scandal sheets, where he and his various exploits featured with frequency. But sometimes the most womanising rake can be irresistible, and even his most casual attentions fascinated the sheltered Maddy Timms, quiet daughter of a simple mathematician.

Opinião:
Estive que séculos à procura deste livro em português. Desisti, mandei vir em inglês, da amazon, e dois dias depois vejo que podia tê-lo comprado com aquela capa maravilhosa por 5 euros, num alfarrabista em Lisboa.

Bom, o livro lá chegou e, como já tinha outras leituras, esteve mais umas semanas na prateleira da estante, até ganhar coragem para lhe pegar. Quando o fiz, apercebi-me de uma coisa: a sinopse não refere um aspecto importantíssimo, a jovem Maddy Timms e o seu pai são Quakers!  Aliás, o tal conde dissoluto refere-se muitas vezes a ela como little thee-thou self rigtheous Maddy girl (não consigo traduzir o thee-thou, que são formas muitíssimo antiquadas de dizer you, sendo que, pelo que parece, no século XIX já só os Quakers falavam assim).

A verdade é que a filosofia Quaker é muito importante neste livro, já que os conflitos da personagem feminina estão relacionados com ela. Admito que este aspecto, embora compreenda e seja perfeitamente coerente, me enervou um pouco. A moça passa o tempo dividida entre a sua Openning (parece-me que é uma espécie de rara iluminação divina que mostra o caminho a seguir) e o choque perante o estilo de vida do duque e perante as... ohhhh, as vontades do coração e... bom, do seu próprio corpito. Coitada.

A sinopse também não diz, mas eu já sabia, que o pobre duque dissoluto está internado num asilo para loucos. Pensei eu, muito enganada, que fosse um desses asilos miseráveis que aparecem nos filmes de época, e que o duque estivesse lá por engano. Nope para ambos. O duque teve um AVC, que ninguém reconhece na época, mas que para um leitor do sec. XXI é bastante óbvio. Afectou-lhe um braço, a linguagem e a memória, em parte.

Com isso, lá se vê o coitado, em fúrias, internado num asilo de luxo, todo modernaço para a época, confuso consigo próprio e a sua situação, mas incapaz de perceber o que lhe dizem ou de se explicar. Como diz Maddygirl, é como se um de nós tivesse aterrado na China sem saber onde estava, nem falar chinês... oops, mandarim. Arecuperação do duque não é nada milagrosa, nem completa, e ainda bem, ou seria uma treta de livro. É muito interessante, porque na verdade ele não está nem doido nem idiota. Para mais, na sua atrapalhação e desespero para fazer-se entender (e fúria, quando não consegue), chega a ser enternecedor.

Devo dizer que houve ali um ponto, a dois terços, em que eu desejei que as coisas andassem mais depressa. Muitas reviravoltas, fugas, casamentos apressados, muitas indecisões, problemas com a lei, problemas morais, etc, etc. Tudo em inglês, que eu leio sem nenhum problema, mas com os 'Quakerismos' à mistura, ooooh. 

Aguentei-me, e ainda bem.

2 comentários:

jen7waters disse...

O Christian é tão querido!! Um dia destes tenho de reler, diverte-me tanto a obsessão/total dependência dele pela Maddy (que não sabe bem o que fazer às vezes xD). Mas há ali cenas que enervam tanto, como as do asilo. :s

Eu tive a sorte de achar este livro num belo dia enquanto vasculhava as prateleiras da Fnac, estava atrás de todos os outros, escondidinho lá num canto escuro, mas a capa chamou por mim. (Isto foi antes de eu comprar livros em inglês.) Hoje em dia também já só o vejo quando passo na barraca do alfarrabista na feira do livro.

Carla M. Soares disse...

Infelizmente, quando comprei na amazon nem me lembrei dos alfarrabista na Feira do Livro, ou tinha esperado. Queria tanto aquela capa! E, embora me questione sobre COMO teram eles traduzido aquele tipo de inglês, e embora eu leia tão bem em inglês como em português, tinha-me cansado menos lê-lo em português.

O Christian é fofo, sim. Tem uma ou outra atitude my god!, mas coitado, na trapalhada em que está metido, tudo se desculpa!