Não sei se isto acontece a toda a gente, mas é sempre quando não posso - por excesso de trabalho, em geral, com os consequentes cansaço e falta de tempo - que me vejo mais produtiva .
Ah, se eu pudesse, se tivesse tempo, se não estivesse cansada, etc, etc, as coisas que eu reveria, as que escreveria! É o que digo a mim mesma numa perfeita simulação de desalento. Ocorrem-me linhas desgarradas para poemas que nunca chegarão a ser anotadas (e ainda bem, a última de que me lembrei tinha a palavra da moda começada por p, acabada em a e com ut no meio), e muito menos terminados os poemas. Fico cheia de energia para revisões de dois ou três originais ao mesmo tempo, velhinhos e cheios de pó digital. Chego a lembrar-me que bom, bom, era traduzi-los, porque por cá é pouco provavel que venham a ser publicados.
Tenho até o ensejo, nos últimos tempos incumprido, de começar um livro novo. Se me surgem ideias para esse livro, pelo meio de textos para corrigir em Inglês e de speakings para ver na classroom? Pois, na verdade, verdadinha, não. Umas sombras delas, peixes a deslizar pelas mãos, uma personagem aqui, uma situação ali, e muita, muita vontade de ver se alguma coisa pega.
E depois, quando finalmente tenho algum tempo? Eh. Faço outras coisas, como ver filmes que não interessam a ninguém, ler livros, uns melhores, outros piores, fazer de conta que tenho leitores no blogue e escrever aqui. De vez em quando, até faço bolos.
E escrita, que é boa? Bom... tenho revisto um certo texto dividido em três, na vaga expectativa (medrosa, confesso) de que seja desta que chega aos leitores, mas anda mais devagar do que o habitual. O tempo é de facto escasso, mas, quando há, a concentração difícil e, sem um prazo que me ponha na linha, vou andando um ou dois parágrafos de cada vez.
Como assim "fazes de conta que tens leitores no blog" ?
ResponderEliminarVá, revê lá isso que 2021 precisa de coisas boas.
Boas leituras e boas festas