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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Uma palavra (...) nunca é um destino


A word (...) is never the destination, merely a signpost in its general direction; and whatever (...) body that destination finally acquires owes quite as much to the reader as to the writer.
John Fowles
 
Uma palavra (...) nunca é um destino, é apenas um sinal que o aponta vagamente; e qualquer que seja (...) a forma que esse destino acaba por assumir, ela deve tanto ao leitor, como ao autor.  (tradução minha, um tanto livre, provavelmente muito rude, o que em si próprio é prova das palavras traduzidas)
 
 
... razão pela qual um livro não representa o mesmo para dois leitores, e menos ainda significa para qualquer deles o mesmo que representa para o autor, porque encontramos nos livros simbologias e referências que não ocorreram aos seus escritores. Razão porque um texto pode agradar tanto a um como desgrada a outro. Razão para adaptar o mesmo livro à imagem de tantas maneiras diferentes - e para encenar de tantas formas a mesma peça. Razão, sobretudo, para oferecemos interpretações para os poemas  de que os autores certamente nem se lembrariam,  porque, se calhar, os escreveram com o coração na boca, nas pontas dos dedos, e embalados pelos sons das palavras.

Nós, leitores, pomos com frequência significados e valores nossos onde o autor tinha os seus - e é válido fazê-lo, porque a palavra, uma vez solta, é de todos, narra-nos a nós tanto como ao autor. Como escritora, tenho que reconhecê-lo e aceitá-lo e talvez até ficar grata. E assustada.
 

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