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quarta-feira, 20 de março de 2013

Primavera, de Botticelli, e um poema


Primavera, Sandro Botticelli


Todas se movem
na sua quietude
celebrando
em cabelos de ouro
e lábios de romã
no restolhar de panos
em corpo de mulher
no sopro angelical
de amorosas asas
no reclinar do corpo
no gesto da mão

um olhar pousa 
além do seu espaço
um tímido assomar
oferece o aroma  
das flores do seu vestido
em pés de brisa doce
um Zéfiro manso
um raio transparente
perseguindo

dança esplendorosa
a vida esta manhã
tríplice de graça
sugestão de semente
em vermelho tombada
germinar de dias
fecundidade toda
no cheiro prometido
das laranjeiras
 

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