Páginas

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Primeira ida à Feira


Este ano, quase podia ser eu a ter as chaves do Marquês. Por coincidência, ou porque no dia em que era suposto ir (dia 10, se não me engano) não estou cá, acabei por preencher dois espaços: no primeiro dia e no último. Davam-me o molho de chaves e eu fechava aquilo tudo! Abrir não, porque antes de mim esteve a Célia Loureiro, e ainda bem, porque assim sempre nos cruzamos e conversamos um bocado.

A conversa é o melhor da Feira, confesso, para um autor pouco conhecido, sem fãs que lhe façam fila à espera de um autógrafo. Lembro-me sempre do que li, sobre uma autora americana (de best sellers, devo dizê-lo), que nunca aceita estar a solo. Ela conta que, numa livraria, cruzou-se certa vez com um homem sentado sozinho numa mesa, que olhava com um misto de desespero e esperança para cada pessoa que passava por ele. Era miúda e teve medo dele, até descobrir que o desgraçado era um autor em solitária sessão de autógrafos. Da ideia de ser um dos que reune multidões, já desisti, e temo sempre ser o a outro, o do olhar bipolar. Não influencia a minha escrita, desconfio que vou escrever sempre, embora por vezes influencie a minha vontade de publicar e mais ainda, influenciará a vontade da editora de publicar-me. Como seria voltar à estaca zero? Não sei se tentaria de novo, na esperança de que à terceira pudesse ser de vez ou que algum prémio trouxesse algum reconhecimento ao meu (muito) trabalho, ou se escreveria apenas para mim e para os amigos, como já fiz. Era decerto menos complicado para o meu frágil ego. Mas isto é especulação, e da parva, porque o Dançarina tem tido poucas, mas belas opiniões (o que não tem de reflectir sucesso de vendas) e a Marcador tem sido sempre uma editora 5 estrelas. 


Voltando à Feira. Achei-a um pouco mais confusa junto ao Marquês, com mais... coisas a ocupar o espaço, provavelmente os tais espaços novos tão anunciados este ano. Talvez por estar bom tempo e ser Dia da Criança, já havia bastante gente a passear, com muitos pequenitos a brincar. Sentia-se a animação. Imagino que, de dia para dia, cresçam os visitantes, o que espero que se traduza em muitos livrinhos vendidos, para todos, porque as vendas de livros têm baixado muitíssimo até para os autores famosos ou pelo menos de nome firmado. Assinei alguns livros, é claro, mas foi sobretudo bom estar lá pelas visitas e pelas conversas - com algumas amizades virtuais, cujos rostos e vozes conheci por fim, com bloguers que já conhecia, com a Célia Loureiro, a Liliana Lavado e... a Sofia Teixeira, que em dia de aniversário veio passear na Feira e dizer-me olá! Pude dar-lhe um abraço de parabéns muito apertado, que isto de fazer 29 anos e nunca, nunca, nunca estar parada tem muito que se lhe diga. Estou agora a pagar - em cansaço - um mês de Maio agitado, com encontros no Norte, e por uma semana de arrasar, com tanto trabalho que mal tive tempo para lembrar-me de que estavamos quase na Feira!

Dia 18 às 18 há mais e, se alguma bloguer-amiga ainda não me tiver visitado, já sabe onde pode encontrar-me. Sabia-me igualmente bem ver lá outros leitores, à procura de dois dedos de conversa sobre o livro ou de um rabisco... 

1 comentário:

Morrighan disse...

És a mais linda <3