Lockdown literário

Agora que o trabalho abrandou - não, não acabou de maneira nenhuma, mas as avaliações estão quase todas feitas - tenho trabalhado no livro que está a um capítulo e meio de terminar. Primeiro rascunho, o que será depois burilado para cortar, cortar, acrescentar, acrescentar, e (espero) melhorar.

Fase de dúvidas, em que me parece que a coisa não vale nada e, porque ando a escrevê-lo há mais de um ano, muito mais, não vai dar a bota com a perdigota. Sim, elaborei um plano, e sim, tenho-lhe sido mais ou menos fiel, mas ainda assim... Meu pobre O Ano da Dançarina!

Consequências:

Primeira:

Segunda:

Mal tenho vindo ao blogue. Paciência, nada devo ao monstro e há valores mais altos que se levantam do que publicar por aqui. Começo a sentir que tenho de acabar.... acabar... acabar...

Terceira:

Estou estou em lockdown literário. O que é que isso quer dizer? Que não toco em nenhum livro que suspeite ser uma pérola, uma maravilha, uma obra de arte. Que vou adiar ler Arquipélago e Onde Param os Guarda-Chuvas, que estão à minha espera, ou terminar o Jonathan Strange and Mr.Norrell. etc, etc, coisas, coisas, blá-blá-blá. E porquê? Para escapar de qualquer sombra de comparação - minha, claro - que me deixará a léguas e é bem capaz de devolver o livro à sua gaveta informática. Não quero fazer isso, quero mandá-lo à editora, assim mesmo, em bruto, enquanto eu o trabalho e o submeto ao terrível escrutínio do beta-reading. Coisas de perfeccionista tola, que a vida inteira teve a impressão de que razoável não chega, mas é o que há. Por isso, só leituras leves e muito trabalho. 

E entretanto, a pergunta: quem quer ser mauzinho para o meu livro? Isto é, quem tem tempo para lê-lo e depois bater-lhe(me)?  Hã? Hã?