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sábado, 23 de abril de 2016

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor

Há dias mundiais para (quase) tudo e eu não acho mal. Alguns são tolos e esses, é levá-los a brincar. Muitos têm alguma razão de ser, porque é preciso lembrar a importância de certos acontecimentos ou injustiças - e esses são aqueles que gostariamos que acontecessem todos os dias.

Este, o do livro, só fará sentido para quem gosta de ler - ou de escrever - mas, para dizer a verdade, para quem tem os livros como companheiros, de uma forma ou de outra é mesmo dia do livro todos os dias. A esses, eu incluída, digo hippi, hippi, hurrai! Viva, estamos de parabéns, porque ler não é só delicioso, faz mesmo muito bem. Parece que até está cientificamente provado, mas se não estiver, não faz mal. Nós sabemos.




Quanto aos direitos de autor...  cá está, o leitor a franzir o sobrolho. Então vamos falar de dinheiro? Um autor não  escreve por amor? 

Custa-me a acreditar que alguém escreva sem amor à escrita, quer escreva bem ou mal. A escrita é uma actividade especial, toda a arte o é. Pode ser feita apenas pela necessidade do autor e pelo prazer de produzir o objecto artístico - ou o texto. E sim, pode ficar só para nós, para os nossos amigos, para ninguém. O velho livro na gaveta, que hoje em dia é um ficheiro. Que escritor, ou aspirante, não tem um? Pois.

Mas também me custa que  a maioria dos autores não possa viver da escrita. É romântica,a imagem do autor solitário e miserável, esfomeado e dedicado, que da sua miséria tira a inspiração. Que bom era não precisar de coisa nenhuma, se não de letras! Viver apenas para escrever - quem diz escrever diz pesquisar, experimentar, viajar, estar com os leitores - e não ter de roubar pedaços de tempo para uma linha ou outra. 

Felizmente, há outros amores, desses que enchem a vida, que não se compadecem com romantismos de outras épocas. Infelizmente, o amor à arte não se come. É pena. Muitos de nós andavam gordinhos, felizes e inspirados.
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2 comentários:

Cristina Torrão disse...

A maioria dos autores escreve mesmo só por amor. Ou quantos conheces que ganham alguma coisa de jeito?

Carla M. Soares disse...

Verdade, Cristina, é assim com a maioria. Tem de haver amor na escrita, claro. :D