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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Um ano bom para não fazer balanço

... porque 2015 foi neutro, bastante lento e desinteressante.

Se quiser abalançar-me a isto, devo dizer que:


  • em termos profissionais, como professora, não tem sido um ano fácil. Creio que me queixo de barriga cheia, porque não estou em nenhuma escola de intervenção, a esmagadora maioria dos meus meninos é simpática e, apesar de ter este ano uma turma (muito) mais difícil do que o habitual, ainda nenhum desses alunos me mandou à ***** na minha cara... mas foi ano de concurso extraordinário. Não era suposto haver, e enfrentei-o como sempre: sei que estou bem colocada na lista, pelo que a probablilidade é sempre ficar na escola da minha 1ª opção... mas nunca se sabe, por isso com a esperança vem misturada uma carga de nervos brutal. Tenho 20 anos disto, já não devia ter de passar por este processo regularmente. Fiquei onde queria, isto é, onde estava e tenho estado nos últimos sete ou oito anos. E porque não me dão o lugar de vez, se ele existe e tem sido sempre meu?  Pois. Sistemas. O resto é história... 
  • nos "outros" termos profissionais, como escritora, nada aconteceu neste ano. O Cavalheiro é do finalzinho de 2014, descobri aliás que saiu numa data difícil: já quase não foi considerado nos livros de 2014, porque ainda poucos o tinham lido quando o ano acabou, e não é considerado nos de 2015 pelo motivo óbvio de não ser de 2015. Enfim. Tem feito o seu caminho, nem brilhante, nem apagado. Comecei a escrita de dois livros, O Coração Quente da Terra e O Ano da Dançarina, não terminei nenhum, nem sequer terminarei a enésima revisão do A Grande Mão.  No entanto... enviei a primeira metade à editora, infelizmente com bastante convicção de que será recusado, pelo género. Enviarei depois para outras, mas também sem grande esperança. Não posso, pois, dizer que algo tenha sucedido neste aspecto... Ah, mentira. Consegui alguma liberdade para propor o meu trabalho sem a tramada cláusula da preferência. Isto tem duas faces? Sim. Tem a da liberdade e tem a do desinteresse da minha primeira editora por mim. No entanto, esta face mais negra não é nova, pelo que me alegro pela outra. Estive num encontro maravilhoso na Feira do Livro, promovido pela Marcador, que neste momento é (e não é) a minha nova editora... Dei também uma entrevista que muito me surpeendeu, No Palavra de Escritor (deus meu, que estranha estou!! De facto, a TV engorda, o que não quer dizer que esteja magrita...), e uma pequenina na rádio, no À Volta dos Livros... estava rouca!
  • como leitora... ano fraquinho em números. Ou talvez não. Talvez tenha simplesmente lido demasiada coisinha leve no kindle, que nem classifiquei no GR e esqueci quase de imediato.  Segundo o GR, foram apenas 18 os livros que li (mentira), e, de entre eles, dei 5 estrelas a As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino (maravilhoso!), O Céu é dos Violentos, de Flannery O'Connor (divido-me quanto a este, mas tem imagens que se me agarraram à memória, ainda hoje dei por mim a pensar numa), O Relatório de Brodeck, de Phillippe Claudel, e O Tango da Velha Guarda, de Arturo Perez Reverte (Reverte é um velho amor...). De entre portugueses, li A Filha do Barão, da Célia Correia Loureiro, os dois primeiros "espiões", o Português e a do Oriente, do Nuno Nepomuceno (ando a ler o terceiro) e Uma Outra Voz, da Gabriela Ruivo Trindade. Gostei particularmente deste, mas dei quatro estrelas aos outros também, porque todos são belos livros. Na fantasia, destaco End of Days, de Susan Ee, o último da trilogia Angelfall. Quase, quase lhe dei as cinco estrelas...
  • conheci Barcelona no Verão, mas infelizmente não me apaixonei como esperava...
  • pessoalmente... não sou dada a discutir a vida pessoal aqui, nem o farei. Está igual a si mesma. Ponto final. Posso talvez dizer que estou numa paz relativa, aquela que me é possível, com o dia a dia de mãe de teenagers, professora... e escritora sem fama nem tempo!

Feito o balanço... que não ia fazer, porque detesto sentir-me parada (que foi o que estive este ano), devia desejar Bom 2016... mas creio que guardo isso para amanhã. Por hoje... estou um bocado balançada. Vou tomar café que resolve. 


2 comentários:

Mil Folhas disse...

Estava a ler esta parte : "pessoalmente... não sou dada a discutir a vida pessoal aqui, nem o farei. Está igual a si mesma. Ponto final. Posso talvez dizer que estou numa paz relativa, aquela que me é possível, com o dia a dia de mãe de teenagers, professora... e escritora sem fama nem tempo!"

Quando a parva da adolescente cá de casa entrou na sala, acabada de acordar, e diz "O que é que vai ser o almoço". grrrrrrrrrrrr mas ela pensa o quê?? que isto é uma pousada!!!???

Bahhh adolescentes!!

Carla, desejo sinceramente que o ano de 2016 seja fantástico pois mereces!

Beijinho

Carla M. Soares disse...

É que são capazes de roubar-nos o juízo... "O que é o jantar?", "Levas-me a...?", "Mãe, combinei com...", "Sabes onde está o meu...?" UFFFFFFF!!! :P