Há dias que não fecho o texto de O Ano da Dançarina... No Ano da Dançarina... A Dançarina... isto veremos. Tê-lo sempre aberto significa que lá vou sempre que me sobra um bocadinho, porque agora que acabaram as férias e ando a mil é que me apetece finalmente escrever. Mal venho ao blogue.
Decidi fazer de conta que isso importa, ahahahah, e mostrar o que me mantém longe - ai, pobres de vós, o que hão de fazer sem postas no monstro? - com um "docinho": um excertozinho do que ando a fazer, unedited, claro. Sintam-se livres de dizer se vos parecer mal, mal, mal.
"Trepou com exasperante lentidão o lance de escadas até ao primeiro andar onde ficavam o consultório e a habitação do médico, à direita e à esquerda respectivamente, e empurrou a porta do gabinete, aberto durante as horas de atendimento. Custódia sorriu-lhe, sentada como de costume à sua secretária na salinha de espera, decorada com quatro confortaveis cadeiras de braços, um grande vaso ao canto e cópias de quadros de Renoir e Monet nas paredes.
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Veio cedo. – declarou, indicando com o queixo a única paciente que esperava,
uma senhora de alguma idade com uma pluma roxa no grande
chapéu, tão empertigada que lhe lembrou um mosqueteiro. – Terá de esperar um
pouco, senhor Nicolau.
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Não tem importância nenhuma. – Dirigiu à cliente que esperava um aceno educado.
– Muito bons dias, minha senhora.
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Bom dia.
Remeteram-se
ambos a um silêncio conformado, cortado apenas pelo correr insconstante do
aparo de Custódia no papel e pelo clique-clique dos ponteiros do relógio de
parede. Não tardou a que Mendes de Almeida
abrisse a porta do seu consultório e escoltasse um homem alto até à porta.
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Não se esqueça de que a medicação e a dieta que lhe recomendei são essenciais.
O homem concordou, ainda que com ar mal conformado e Nicolau suspeitou que era
a dieta e não os remédios que o contrariava. Provavelmente fora proibido de
beber álcool e de comer jaquinzinhos e outras frituras. Escondeu um sorriso.
Antes ser manco. Levantou-se mais depressa do que devia quando a senhora de
idade se ergueu, e a perna fraquejou-lhe.
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Sente-se, pelo amor de Deus, – disse a mulher, estendendo uma mão para
equilibrá-lo – que não quero ser responsável por nenhum desastre!
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Mas, se acontecer, está no sítio certo, não é verdade? – retorquiu Mendes de
Almeida, sorrindo e estendendo a mão à velha senhora – Bons dias, senhora D.
Ana, e não se aflija, que o Nicolau é rijo. E é médico, como eu, conhece bem as
consequências da sua precipitação.
Nicolau
fitou-o, desconfiado, perguntando-se se César ou a mãe já teriam vindo
contar-lhe o incidente da sua primeira saída. Não importava, saíra desse túnel
escuro, saíria de todos os outros em que ainda viesse a entrar, no seu caminho
para a recuperação física e mental. Para a sanidade. Trabalhar ajudaria. Tinha
de ajudar.
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Pois vamos lá atendê-la. O Nicolau aguarda mais um pouco?
-
Com certeza. Hoje venho mais para falar consigo do que para consultá-lo.
-
Pois faremos ambas as coisas, porque eu tenho toda a intenção de ver como isso
está.
Demorou
quase meia hora com D.Ana e, quando saiu, a mulher trazia o nariz empinado e
Mendes de Almeida parecia impaciente. Despediu-se dela sem nenhuma recomendação
especial, a não ser muito chá de camomila, e fez sinal a Nicolau para entrar.
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Custódia, faz-nos também um chá… ou um café, que esta senhora esgota-me. – Para
Nicolau, esclareceu – Tem uma saúde de ferro, mas quem a ouça, diria que padece
de todos os males do mundo. Espirrou duas vezes, provavelmente por ter pó no
agasalho, e convenceu-se de que a espanhola a tinha apanhado…
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Talvez precise da atenção."
(aí por volta da pág 150...)
Também ando a ler A Espia do Oriente, em papel, em casa, e Tangled, no tm ou no Kindle, onde calha. Espero ter opiniões em breve...
1 comentário:
Ando tão despistada que pensava que já tinha lido esse livro (o tangled) -.-'' ai!
Força, continua :P cansa mas compensa!
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