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quarta-feira, 22 de julho de 2015

traz o mar


Fica à sombra das algas meu amor
que são árvores
nas curvas longas das dunas
aguarda o vento
estende a pele como vela
quilha de osso e olhar
e de todos os portos
guarda se puderes meu amor
colares de amores gritos de gaivotas
seixos das fossas profundas
segredos de transparência
as canções das tempestades nas falésias
as quebras da espuma
sobre monstros de rocha

Se regressares
traz as memórias roubadas
num estojo
faz o caminho demorado
pela a esquina mais distante do horizonte
mas vem, meu amor
com os pés humidos o corpo nas ondas
e a voz guardada num búzio
não
num baú de pirata













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